Camila Morgado

Na adolescência pensava em ser médica. Então, quem sabe, se não fosse atriz, estaria exercendo a medicina. Acho uma profissão lindíssima, muito digna, que requer vocação e muita dedicação.

Certamente, a Olga Benário foi quem mais exigiu de mim. Era uma responsabilidade muito grande interpretar um personagem que existiu na vida real, que viveu o holocausto e a Segunda Guerra Mundial. Imagina? Aquilo me dava pânico, fiquei sem dormir direito. Foram cinco meses de dedicação. Com sensações pesadas todos os dias.

Perdi sete quilos, fiquei careca. Foi uma entrega total. Desde que li o roteiro de filmagem, já sabia que haveria uma semana terrível, que foi o parto de Anita Leocádio, logo depois a Olga na enfermaria de um campo de concentração e a retirada da criança. Sabia que eu não poderia relaxar.

Acho que eu fiquei linda de cabeça raspada. Tinha o maior receio de ao raspar os cabelos, descobrir uma cabeça esquisita, mas adorei.

Fiquei triste por ter de me despedir do personagem. É uma história muito forte. Quando acabou, sentia muita falta de tudo aquilo. É como uma relação que termina. Passei um mês um pouco perdida. Procurei cuidar de mim, recuperar os sete quilos que perdi.

Faço hidratação no cabelo uma vez por semana também. Muito por causa da profissão. Estamos sempre fazendo escova, trocando de cor para uma personagem, fazendo penteados, enfim, tudo isso danifica muito o cabelo, então, tem que cuidar!

Da minha família herdei o cuidado com a alimentação. Lá em casa sempre fomos de comer bem, de forma saudável.

Eu vinha sendo considerada como uma atriz intelectual, mas eu não me julgo assim, não. Gosto de ler, de ir ao teatro e de ir ao cinema, mas acho que não sou intelectual. Sou ariana, muito intensa, faço mil coisas ao mesmo tempo. Tenho esse humor mais ácido.

Quando tentam puxar esse assunto, logo desconverso. Digo que não está no meu momento, não iria me fazer bem. Alego que sou tímida e discreta. Não que no futuro eu possa mudar a minha cabeça. Mas, por enquanto, sou a favor de escolher para quem vou mostrar. Acho que me sentiria muito invadida.

Acho que eu consigo ser uma boa dona de casa, sim. Mas é a minha visão. Vai que tem uma outra pessoa que é dona de casa e acha que eu administro de maneira errada? Bom, uma coisa é certa: moro sozinha e nunca tive reclamações.

Eu amo comer! Sou magrinha, mas isso é desde pequena! Mas não tenho esse cuidado por conta de peso. Cortei a lactose por causa da questão alérgica mesmo.

É uma satisfação poder fazer um personagem tão popular, em um núcleo cômico. Tem sido muito gratificante, e a resposta do público é incrível.

Não acho que minha imagem esteja ligada a um só tipo de personagem. Transito bem pelo drama também. Já fiz papéis dramáticos fortíssimos que marcaram minha carreira.

A televisão atinge muitas pessoas e de maneira muito rápida. Você aparece na tevê em um dia, e no outro todos já te reconhecem na rua. E no Brasil inteiro!

Demora um pouco para o ator, principalmente em início de carreira, dimensionar seu papel dentro dessa poderosíssima indústria de comunicação, que é a televisão brasileira.

São várias emoções ao mesmo tempo. A personagem traz essa possibilidade de brincar, de se divertir.

Como estou num pique de gravação intenso, quando tenho um tempo livre gosto de curtir a casa. Aproveitar meu espaço.

O público me assiste na televisão e eu assisto as percepções dos espectadores na vida real. É demais esse envolvimento das pessoas com os personagens. Confundem mesmo.

Adotaria uma criança sem problemas, se surgisse a vontade.

Novela é isso mesmo, as coisas vão acontecendo a partir da aceitação das pessoas.

O assédio dos fãs tem um lado bom. Fora o carinho que recebemos diariamente, é um bom termômetro para sentirmos como sua personagem está chegando ao público. Onde podemos melhorar, onde acertamos… Tenho aprendido a lidar com a exposição na mídia.